Juíz Proíbe Que Macaco Simão Escreva sobre Juliana Paes: Censura de Imprensa
Juiz proíbe que Simão fale de Juliana Paes, mas não impede o auto-retrato de Rembrandt.
Atriz alega que teve a honra atingida; colunista vê censura e diz que decisão tolhe liberdade de expressão.
Zurich - Saí correndo de Amsterdam. Depois de sete dias, sendo empurrado pela população e espremido nas ruelas e quase jogado nos canais, resolvi que essa foi minha trigésima e última vez na cidade holandesa. E como a ópera que estou produzindo é aqui, voltei correndo pra cá, só pra me deparar com esse ABSURDO, que leio na Folha! Ah, mas antes, preciso relatar algo.
Rembrandt, que sempre foi meu preferido (ao lado de Duchamp e Rauschemberg e Bacon - períodos diferentes, óbvio), me tocou dessa vez de uma forma muitíssimo peculiar.
Muitíssimo peculiar. Tive uma espécie de tontura, vertigem, quando peguei o bonde numero cinco e parei na porta do museu e subi pro segundo andar. Lá no cantinho, quase escondido, estava esse auto-retrato, que ele pintou aos seus 55 anos de idade:
Atriz alega que teve a honra atingida; colunista vê censura e diz que decisão tolhe liberdade de expressão.
Zurich - Saí correndo de Amsterdam. Depois de sete dias, sendo empurrado pela população e espremido nas ruelas e quase jogado nos canais, resolvi que essa foi minha trigésima e última vez na cidade holandesa. E como a ópera que estou produzindo é aqui, voltei correndo pra cá, só pra me deparar com esse ABSURDO, que leio na Folha! Ah, mas antes, preciso relatar algo.
Rembrandt, que sempre foi meu preferido (ao lado de Duchamp e Rauschemberg e Bacon - períodos diferentes, óbvio), me tocou dessa vez de uma forma muitíssimo peculiar.
Muitíssimo peculiar. Tive uma espécie de tontura, vertigem, quando peguei o bonde numero cinco e parei na porta do museu e subi pro segundo andar. Lá no cantinho, quase escondido, estava esse auto-retrato, que ele pintou aos seus 55 anos de idade:
Eu estou com 55 anos agora e… e o quê? Jamais achei que iria chegar a essa idade. Jamais achei que pudesse olhar no olho vivo desse quadro e dizer “caramba, estamos aqui, você e eu, em épocas diferentes – ele em 1633 e eu em 2009, mas ambos com a mesma idade”. Ele, um total gênio. Gênio dos gênios, da Ronda Noturna, da Dissecação do Cadáver. Aquele que meu mestre Ivan Serpa e meus pais me fizeram gostar. Não, não forçadamente, já que a paixão foi instantânea. E cá estava eu, como sempre estive desse lado do quadro, mudo, estarrecido e pasmo, já que não sou um personagem de Lewis Carroll.
Saí de Amsterdam meio atordoado. Também, com tanto cheiro de maconha no ar, quem não sairia? E tanta comida ruim: ah, descobri: só tem comida pra larica. Pizza, fries com maionese, mais pizza, uns indonésios fast food… muito Mac Donalds e Burger King (mais que em qualquer outra cidade que já vi!!).
Esse auto-retrato, mais que qualquer outro, me levou a um estado de emoção que poucas coisas em arte me levam. Pina Bausch me levava. Kazuo Ono e Sankai Juku me levam. E o levo comigo porque ele representa a grande quebra do homem que se olha no espelho na época logo após os descobrimentos e se pinta dentro de sua simplicidade sem ter que se “vestir”. Quem é de teatro sabe o que é “se vestir”. Retrato era coisa para realeza. Rembrandt começou a pintar o dia a dia das pessoas e de si mesmo. Foi o Tchecov da pintura, só que 300 anos antes de Tchecov. Dá um frio na espinha.
Pessoas que levam suas próprias imagens nas camisetas, como Jane Fonda, por exemplo:
Não sei que doença é essa. Ego? Nostalgia?
Mas a pior delas todas está aqui embaixo. Sim, porque ela demonstra total ignorância a respeito do veículo para o qual trabalha e não tem um pingo de humor a respeito dela mesma. Leiam:
“O juiz João Paulo Capanema de Souza, do 24º Juizado Especial Cível do Rio de Janeiro, determinou que o colunista José Simão, da Folha, se abstenha de fazer referências à atriz Juliana Paes, confundindo-a com a personagem “Maya”, da novela “Caminho das Índias”, da Rede Globo, sob pena de multa de R$ 10 mil por nota veiculada nos meios de comunicação. A atriz moveu duas ações de indenização, uma contra o jornal e outra contra o colunista. Ela alega que Simão “vem publicando reiteradamente nos meios de comunicação em que atua, sobretudo eletrônicos (internet), textos que têm ultrapassado os limites da ficção experimentada pela personagem e repercutido sobre a honra e moral da atriz e mulher e sua família”. Anteriormente, a atriz havia ajuizado ação só contra a Folha na 4ª Vara Cível do Rio de Janeiro, mas não obteve a medida liminar.” (e blá blá blá…)
A (sei lá se ela é atriz… pelo jeito não é!) censora, está com seus mecanismos de defesa em alta. Ah, entendi, ela não gosta que notem que sua bunda é grande, segundo esse relato.
Continuando… “do “colunista” sobre a “poupança” da atriz ou sobre o fato de sua bunda ser grande”, já que “sua imagem esteve e está à disposição de quem quisesse e ainda queira ver”, e qualificá-la “nos limites do tolerável””.
Meu santo Deus! Que ridículo! Atrizes do mundo inteiro estão fazendo um tremendo esforço para SAÍREM de si mesmas. Adotam crianças em países, digamos assim, em estado de guerra. Tentam ser ativistas políticas da melhor forma possível. E essa aí…?
“É coisa medieval”, afirmou. As advogadas Taís Gasparian e Mônica Galvão, que representam a Folha, consideram que a decisão do juiz Capanema de Souza “trata o humor como ilícito e, no fim das contas, é a mesma coisa que censura”.
Bem, Juliana Paes. Um dia, talvez bem mais próximo que você imagina, você estará virando um outro quadro de Rembrandt. Esse ai embaixo!
Saí de Amsterdam meio atordoado. Também, com tanto cheiro de maconha no ar, quem não sairia? E tanta comida ruim: ah, descobri: só tem comida pra larica. Pizza, fries com maionese, mais pizza, uns indonésios fast food… muito Mac Donalds e Burger King (mais que em qualquer outra cidade que já vi!!).
Esse auto-retrato, mais que qualquer outro, me levou a um estado de emoção que poucas coisas em arte me levam. Pina Bausch me levava. Kazuo Ono e Sankai Juku me levam. E o levo comigo porque ele representa a grande quebra do homem que se olha no espelho na época logo após os descobrimentos e se pinta dentro de sua simplicidade sem ter que se “vestir”. Quem é de teatro sabe o que é “se vestir”. Retrato era coisa para realeza. Rembrandt começou a pintar o dia a dia das pessoas e de si mesmo. Foi o Tchecov da pintura, só que 300 anos antes de Tchecov. Dá um frio na espinha.
Pessoas que levam suas próprias imagens nas camisetas, como Jane Fonda, por exemplo:
Não sei que doença é essa. Ego? Nostalgia?
Mas a pior delas todas está aqui embaixo. Sim, porque ela demonstra total ignorância a respeito do veículo para o qual trabalha e não tem um pingo de humor a respeito dela mesma. Leiam:
“O juiz João Paulo Capanema de Souza, do 24º Juizado Especial Cível do Rio de Janeiro, determinou que o colunista José Simão, da Folha, se abstenha de fazer referências à atriz Juliana Paes, confundindo-a com a personagem “Maya”, da novela “Caminho das Índias”, da Rede Globo, sob pena de multa de R$ 10 mil por nota veiculada nos meios de comunicação. A atriz moveu duas ações de indenização, uma contra o jornal e outra contra o colunista. Ela alega que Simão “vem publicando reiteradamente nos meios de comunicação em que atua, sobretudo eletrônicos (internet), textos que têm ultrapassado os limites da ficção experimentada pela personagem e repercutido sobre a honra e moral da atriz e mulher e sua família”. Anteriormente, a atriz havia ajuizado ação só contra a Folha na 4ª Vara Cível do Rio de Janeiro, mas não obteve a medida liminar.” (e blá blá blá…)
A (sei lá se ela é atriz… pelo jeito não é!) censora, está com seus mecanismos de defesa em alta. Ah, entendi, ela não gosta que notem que sua bunda é grande, segundo esse relato.
Continuando… “do “colunista” sobre a “poupança” da atriz ou sobre o fato de sua bunda ser grande”, já que “sua imagem esteve e está à disposição de quem quisesse e ainda queira ver”, e qualificá-la “nos limites do tolerável””.
Meu santo Deus! Que ridículo! Atrizes do mundo inteiro estão fazendo um tremendo esforço para SAÍREM de si mesmas. Adotam crianças em países, digamos assim, em estado de guerra. Tentam ser ativistas políticas da melhor forma possível. E essa aí…?
“É coisa medieval”, afirmou. As advogadas Taís Gasparian e Mônica Galvão, que representam a Folha, consideram que a decisão do juiz Capanema de Souza “trata o humor como ilícito e, no fim das contas, é a mesma coisa que censura”.
Bem, Juliana Paes. Um dia, talvez bem mais próximo que você imagina, você estará virando um outro quadro de Rembrandt. Esse ai embaixo!
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