domingo, 31 de janeiro de 2010

Vox Populi: Dilma sobre 9 pontos; Serra cai 5

A nova pesquisa sobre as eleições presidenciais, realizada pela Vox Populi e divulgada nesta sexta-feira pela Bandeirantes, aponta uma drástica queda na diferença entre a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef (PT), e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). A petista subiu 9 pontos percentuais, em ralação à sondagem anterior. Já o tucano caiu 5 pontos.
Dilma, que na pesquisa realizada em dezembro, aparecia com 18% das intenções de voto, agora alcançou os 27%. Já Serra, que antes tinha 39%, despencou para os atuais 34%. Portanto, a diferença entre os dois pré-candidatos à Presidência, - que era de 21 - baixou para 7 pontos percentuais. Isso em apenas um mês.
Também incluídos na pesquisa, o deputado federal Ciro Gomes (PSB) somou 11%, seguido da senadora Marina Silva (PV), com 6%. Brancos e nulos ficaram em 10%, sendo que 12% não sabem ou não opinaram. Em um cenário sem Ciro na disputa, Serra oscila para 38%, e Dilma, para 29%. Marina fica com 8%. Brancos e nulos somaram 12% e 13% não sabem ou não opinaram.
A Vox Populi também simulou um possível segundo turno entre Serra e Dilma. O tucano somou 46% contra 35% da petista. Os brancos e nulos ficaram em 10%, sendo que 9% estão indecisos ou não opinaram.
Isso quer dizer que, mesmo na simulação do segundo turno, a distência entre o tucano e a petista também diminuiu, mais exatamente 3% em relação ao levantamento anterior. Antes, Serra já aparecia com 46% em uma eventual etapa do pleito. Já Dilma tinha 32%.
A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 23 Estados e no Distrito Federal, entre os dias 14 a 17 de janeiro. O levantamento, que tem margem de erro de três pontos percentuais, foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 1057/2010.
A sondagem mostra, portanto, uma tendência de crescimento rápido e constante de Dilma e uma queda lenda e gradual de Serra. Talvez por isso os jornais deste sábado não tenham mencionado os números.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Lula faz exames amanhã e volta ao trabalho segunda-feira

29/01/2010

O presidente Lula deverá passar por novos exames amanhã, em São Paulo, e voltar ao trabalho segunda-feira, informou ontem a assessoria da Presidência da República. Acometido de uma crise de hipertensão na noite de quarta, o presidente ficou hospitalizado até o início da manhã de ontem, quando viajou para São Paulo e de lá seguiu para sua casa em São Bernardo do Campo, onde descansa acompanhado por dona Marisa e os filhos Fábio, Sandro, Marcos e Luiz Cláudio e cumpre tratamento com diuréticos e antibiótico para combater uma gripe mal curada.
Examinado pelo médico da Presidência, Cleber Ferreira, no fim da tarde passada, o presidente passava bem e sua pressão arterial estava estabilizada em 11 x 8.
Segundo Ferreira, a crise hipertensiva pode ter sido provocada por estresse e cansaço.
“O presidente não é hipertenso. Este é um quadro esporádico”, disse Ferreira, que atribuiu a crise de hipertensão de Lula ao cansaço provocado pela agenda intensa, ao estresse físico causado pelas frequentes viagens dos últimos dias e a uma gripe de que o presidente estava se recuperando.
Médico particular de Lula, o cardiologista Roberto Kalil recepcionou seu paciente na chegada a São Paulo e anunciou que ele “vai fazer um check-up nem que seja amarrado pela orelha”.
De acordo com a ministra Dilma Rousseff, que passou a noite no Hospital Português de Recife, onde o presidente foi internado, Lula está bem, com a saúde normal, e retomará sua rotina no início da semana.
“A população brasileira pode ficar muito tranquila porque o presidente está bem, foi uma pequena crise hipertensiva. Na segunda feira, se não for um pouquinho antes, vai estar pronto andando por aí”, afirmou.
Dilma disse que Lula tem pressão constante e regular.
“O presidente se preocupou porque nunca teve essa pressão, ele não tem pressão alta”.

“RALI PARIS-DACAR”

A ministra atribuiu a crise hipertensiva de Lula à extensa agenda cumprida pelo presidente esta semana.
“É bom que o presidente esteja descansando, porque a nossa agenda está muito pesada”.
Lula começou a semana no Rio e retornou de madrugada a Brasília. No dia seguinte, viajou novamente para o Rio Grande do Sul. Retornou de madrugada e, ontem, deu início cedo às suas atividades –incluindo a viagem a Recife.
“E todos os dias nós ficamos levantando cedo. Tivemos uma agenda pesada em Recife”.
Dilma disse, porém, não ver necessidade de Lula reduzir o seu ritmo de trabalho. Ela sugeriu, apenas, que Lula intercalasse semanas de trabalho mais pesadas com outras mais leves.
”As agendas do presidente não são como a desta semana. Mas quem trabalha com ele sabe que é um esforço enorme. No passado, chamávamos de rali Paris-Dakar”, disse.
A ministra disse não acreditar que Lula vá intensificar o seu ritmo de trabalhos em ano eleitoral.
”Eu não acho que o presidente trabalha mais em ano eleitoral do que em ano não eleitoral. Mantemos um ritmo de agenda muito forte. É bom ele fazer uma avaliação de saúde. Mas não podemos dizer que o presidente está doente ou está mal.”

Renda do trabalhador aumentou mais de 14% durante o Governo Lula

Duas pesquisas divulgadas ontem, pelo IBGE e pelo Dieese, apontam melhorias nos níveis médios de emprego e de renda dos trabalhadores nas principais regiões metropolitanas. A do IBGE, feita nas regiões metropolitanas de São Paulo (SP), Rio (RJ), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Recife (PE) e Porto Alegre (RS), informa que, ao longo dos sete anos do Governo Lula, a renda média do trabalhador aumentou mais de 14%; a população ocupada cresceu 14% enquanto a desocupada diminuiu quase 29%.
Já a pesquisa do Dieese, que inclui o Distrito Federal e não a Região Metropolitana do Rio, atém-se à situação do mercado de trabalho em dezembro apontando redução da taxa de desemprego e aumento do nível de ocupação no último mês de 2009, comparativamente a novembro.
Como adotam metodologias distintas e avaliam conjuntos parcialmente desiguais de regiões metropolitanas, o IBGE e o Dieese apresentam conclusões diferentes sobre o mercado de trabalho no fim do ano passado. Coincidem, no entanto, em que o nível de desemprego diminuiu e que o de ocupação aumentou em dezembro, relativamente a novembro.
O estudo do IBGE registra algumas mudanças significativas no mercado de trabalho, ao longo dos últimos anos. De acordo com o instituto, de 2003 a 2009 aumentou 20% a participação de mulheres, 42% de idosos com 50 anos ou mais e de trabalhadores com maior tempo de estudo.

Leia, abaixo, os principais dados do estudo divulgado pelo instituto.

Renda dos trabalhadores

1) De 2003 a 2009

A renda média do trabalhador, nas seis principais regiões metropolitanas, aumentou 14,3%. O aumento ocorreu em todas as regiões, mas, especialmente, em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Salvador, onde alcançou aproximadamente 19%.

2) Em 2009

a) A renda média aumentou 3,2%, em relação à de 2008, e chegou a R$ 1.350,33.

b) O maior rendimento médio foi registrado na Região Metropolitana de São Paulo (R$ 1.502,06) e o mais baixo na de Recife (R$ 895,90).
c) A renda cresceu mais – 18% – entre trabalhadores sem carteira assinada. Entre os empregados com carteira assinada o aumento foi de 7,3%.
d) Em todas as regiões, o maior aumento de rendimentos – 26,8% – ocorreu entre os trabalhadores domésticos. No Nordeste o crescimento chegou a 35%.
e) A renda média das mulheres em 2009 (R$ 1.097,93) continuou sendo menor do que o dos homens (R$ 1.518,31).
f) Os trabalhadores pretos e pardos receberam, em média, R$ 882,42 a cada mês do ano passado, enquanto os de cor branca tiveram rendimentos de R$ 1.716,44.

3) Comparativo dezembro 2008/2009

a) Em dezembro de 2009 a renda média do trabalhador foi de R$ 1.344,40 – 0,7% superior à de dezembro de 2008. Já a renda por pessoa em cada domicílio subiu 4,4% e ficou em R$ 855,03.

b) Subiram 10,7%, de um dezembro para outro, os rendimentos dos empregados sem carteira de trabalho assinada; e 4,1% a renda dos trabalhadores por conta própria.

c) A renda dos empregados com carteira assinada no setor privado caiu 2,1%.

Emprego e desemprego

1) Período 2003/2009

a) O contingente médio anual de trabalhadores desocupados diminuiu 28,7%.

b) A população ocupada aumentou 14% no mesmo período.
c) A participação das mulheres no mercado de trabalho aumentou quase 20% – de 43% da população ocupada, em 2003, para 45,1%, no ano passado. Em números absolutos, eram 8 milhões de trabalhadoras, em 2003, e passaram a 9,6 milhões, em 2009. Na Região Metropolitana de Salvador o número de trabalhadoras cresceu 32,4%. No Rio de Janeiro houve o menor crescimento – 10,9%.
d) A população trabalhadora com idade de 50 anos ou mais foi o que mais aumentou em sete anos (42%).

e) Aumentou também a participação, no mercado de trabalho, das pessoas com maior nível de escolaridade. Os trabalhadores com 11 anos ou mais de estudo formavam 46,7% dos ocupados, em 2003, e passaram a formar 57,5%, no ano passado.

2) Comparativo dezembro 2008/2009

a) A taxa de desemprego em dezembro passado foi de 6,8% – igual à de dezembro de 2008 e a menor desde 2002.

b) A população ocupada (21,8 milhões) foi 1,4% maior do que a de dezembro de 2008. O aumento corresponde a mais 308.000 postos de trabalho. Em relação a dezembro de 2008, cresceu 8,4% a parcela de trabalhadores em serviços domésticos e 5,3% a de trabalhadores na construção.

c) O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (9,8 milhões) manteve-se estável em relação a dezembro de 2008.

d) A população desocupada (1,6 milhão) ficou estável em relação a dezembro de 2008.
Fonte: Brasília Confidencial

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Dilma defende o PAC, enquanto PSDB de Serra diz que vai acabar com ele


Dilma Roussef acompanhando o presidente Lula na inauguração de uma obra do PAC: Barragem para controlar a seca no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, contestou a pretensão do PSDB de José Serra de acabar com PAC.

Dilma e Lula visitaram as cidades de Jenipapo de Minas, onde inauguraram uma barragem do PAC, depois foram para Araçuaí, onde inauguraram a nova Escola Técnica Federal, depois foram para Juiz de Fora, onde inauguraram a primeira termoelétrica flex do mundo (funciona a álcool ou gás), e também uma UPA 24hs (Ambulatório bem equipado para atendimento de saúde).

Polícia prende FHC. O ladrão de galinha


Piada pronta: pelo menos um FHC foi preso por roubo

Navegando na internet, encontrei essa notícia, sobre a cidade de Rio Claro (SP):
Os Guardas Municipais Godói e Emerson, com apoio de outras viaturas prenderam ontem, por volta das 21h30, acusado de roubo de veículo, F.H.C., 19 anos, morador no bairro Bonsucesso...
... Os GCMs realizavam patrulhamento, pois o acusado já havia tentado abordar outra vítima, quando avistaram F.H.C., conduzindo o veículo. Após notar a aproximação da viatura, o suspeito tentou fugir e acabou caindo. F.H.C. foi socorrido e passou por atendimento médico. Levado ao Plantão Policial, o suspeito foi autuado em flagrante e recolhido ao sistema carcerário.

Enquanto isso a nação toda espera pela punição do autor do roubo da Vale, Telebras e outras ...

Jogador Roberto Carlos critica Galvão Bueno por falta de profissionalismo


O lateral esquerdo do Corinthians Roberto Carlos disse que deixou a seleção brasileira por críticas feitas por jornalistas e criticou o narrador da TV Globo, Galvão Bueno. De acordo com o jogador, Galvão não foi profissional e espalhou histórias a seu respeito.

"Isso não tem nada a ver. É uma história que inventaram aí. Isso é uma reação normal, e as pessoas mal intencionadas acabam inventando uma história, mas elas um dia terão um momento de sofrimento e vão precisar de alguém para ajudá-las. Na época da Copa do Mundo, essa pessoa que eu falei há pouco [Galvão Bueno] fez minha mãe chorar durante muito tempo", afirmou o lateral esquerdo em relação ao episódio em que a seleção brasileira levou um gol da França.

Roberto Carlos deixou claro que os jornalistas o afastaram da seleção brasileira e criticou novamente Galvão Bueno. "Essa pessoa não foi profissional. Eu estou sendo profissional até hoje e sou respeitado no mundo todo. Nunca fui um protagonista de nada, sou apenas um jogador de futebol, mas algumas pessoas querem ser mais protagonistas que o jogador. Duas pessoas não foram profissionais e deixei a seleção por causa delas".

O jogador não citou o nome do outro jornalista, mas, ao que tudo indica, um dos responsáveis pela saída de Roberto Carlos é o colunista Renato Maurício Prado, do jornal O Globo. O jogador afirmou apenas que o outro jornalista "é um problema pessoal".

As informações são da ESPN.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

HOMEM DE VERSO

Homenagem do Homem de Verso lá do Sertão, Francisco Pereira de Souza, conhecido como Chico do Ribeirão




O Partido dos Trabalhadores

Só tem gente de grande valor

Como nosso Presidente, vice e senador

Prefeitos e Deputados também bom Vereador

Eles tem amor no próximo

Foi assim que Deus mandou


Brasil nosso Brasil, Brasil que sempre sonhou

Em busca de um bom Presidente, nosso Brasil ganhou


Homem bom e honrado, honesto e trabalhador

Quem fala mal do Presidente, não passa de demente, infame e enganador


Nossas crianças com fome, as pobres mães é quem sofriam

Sem ter nada para comer piorava dia a dia

Com a chegada do Fome Zero, o leite e a Bolsa Família

Somente o Lula percebeu e as crianças ele socorreu da necessidade que existia


Deixa o homem trabalhar!

Cuidar das obrigações

Só ele é capaz de cuidar desta grande nação

Tirou o povo da miséria, de tão triste a situação

Enquanto muitos sorriam

Pras pobres mães de família em casa faltava o pão


Deixa o homem trabalhar!

As pobres mães de famílias que não podiam trabalhar

Pra não ter que passar fome, nem ver os filhos chorar

Arriscava sair pedindo a alguém que pudesse ajudar

Enquanto os barrigudos dormiam, o povo é quem sofria sem nada pra alimentar


De tanto o povo clamar, pedindo ao onipotente

Deus teve a compaixão da nação inocente

Muitos coitados sofriam com fome e até doente

Deus olhou da Glória, e disse vou dar vitória, e nos deu um bom Presidente


Todos nós confiantes, no Presidente que temos

Assim nosso Brasil cresce, e todos nós cresce também

Que faz o bem as crianças a recompensa vem

A recompensa de Deus, nosso Presidente tem


Quem faz o bem para as crianças, tem amor no coração

Quem tem amor faz o bem, está do lado da nação

Dilma sendo apoiada, apóia a nação

Apoiada por quem conhece seguiremos com atenção


Também podemos apoiar com amor e união

Trazendo sempre alegria, sem violência nem uma intenção

Se todos nós formos unidos, jamais seremos vencidos com o amor desta união


O Presidente apóia Dilma como prova de confiança

Nosso Brasil deve apóia-la com amor e esperança

Com Deus nós venceremos e sempre estaremos ao lado de nossas crianças



Sr. Luiz Inácio Lula da Silva

Amigo da nação

Dedicamos esta homenagem tirada de nossos corações

Receba nossos parabéns com um forte aperto de mão

Meus votos de felicidades da Conterrânea Edna e Chico do Ribeirão (Avenida Lincoln Alves dos santos, 55-B, Distrito Industrial, Montes Claros/MG – Tel. (38) 9159 2036)

Partido pode desistir de apoio à candidatura de senadora

Em dezembro, Luciana Genro apoiou Heloisa Helena para que se prosseguissem as negociações em torno do eventual apoio à Marina Silva

O PSOL está prestes de desistir do apoio à candidatura da senadora Marina Silva (PV-AC) à Presidência, segundo líderes do partido. A deputada Luciana Genro (PSOL-RS) e mais dois integrantes da Executiva Nacional divulgaram manifesto nesta quinta-feira no qual condicionam o apoio à desistência do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) da candidatura ao governo do Rio de Janeiro ao lado do PSDB.
"Quando iniciamos a discussão para a aliança [com Marina], um dos pressupostos era uma candidatura independente das forças políticas", afirmou Luciana. Segundo ela, essa independência deve refletir nos palanques estaduais.

A movimentação contra a aliança, que inclui os dirigentes partidários Martiniano Cavalcanti e Roberto Robaina, começou depois que a Folha publicou nessa quinta-feira (14) que Gabeira admitiu a possibilidade de entrar na disputa estadual em coligação com o PSDB. Apontado como o candidato ideal do governador José Serra (PSDB), Gabeira tem aval de Marina Silva.

Segundo Luciana, se PSOL desistir da aliança, a vereadora Heloisa Helena (AL) sairá, mesmo assim, candidata ao Senado. "A Heloisa Helena está ciente da nossa movimentação, isso não muda na decisão dela de ser candidata ao Senado. A pressão em Alagoas está forte", diz a deputada, que classifica como desmoralização para o partido a aliança de Gabeira com os tucanos. Para Luciana, o partido deve sair com um candidato, mas esse nome precisa ser ainda "construído".

Em dezembro, Luciana apoiou Heloisa Helena na votação interna no PSOL para que se prosseguissem as negociações em torno do eventual apoio à Marina. O grupo venceu a votação na direção do PSOL por 41 a 19. "Fomos os maiores defensores da aliança", afirma a deputada. As informações são da Folha Online

E, o pior, é que é verdade... Uma triste verdade! "Brasil, país de tolos!"

Vejam o que Danilo Gentili, do CQC, escreveu a respeito da piada de Robin Williams sobre o RJ e sua escolha como cidade-sede das Olimpíadas de 2016, no programa do David Letterman.


"HÁ, HE, HI, ROBIN WILLIAMS

Uns anos atrás, os Simpsons vieram pro Brasil e o Homer foi sequestrado. O Bart ficou excitado com a loira de short enfiado na bunda que apresentava um programa infantil na TV. O menino pobre que a Lisa ajudou não tinha o que comer, mas estava muito feliz desfilando no Carnaval.

Esses dias, Robin Williams falou o seguinte:
"Claro que o Rio ganhou de Chicago a sede das Olimpíadas. Chicago levou Michele e Oprah e o Rio levou 50 strippers e 500g de cocaína".

Eu ri!
Advogados, autoridades e populares se revoltaram nos dois casos. Eles não se revoltam, não se mobilizam, não processam, não abrem inquéritos, não fazem passeatas quanto ao sequestro, pouco importa a loira vagabunda apresentadora de programa infantil, a idiotice do carnaval, o tráfico de drogas e a prostituição que acontecem na vida real bem debaixo do nosso nariz.

Eles se revoltam só quando usam isso pra fazer piada.
A piada realmente boa sempre ofende alguns e mata de rir outros por um motivo simples: a boa piada sempre fala de uma verdade.

Num País onde aprendemos a mentir, enganar, roubar, tirar vantagem desde cedo, a verdade não diverte: assusta. O cara engraçado pro brasileiro é sempre aquele que fala bordões manjados, dá cambolhatas no chão em altas trapalhadas, conta piadas velhas, imita o Silvio Santos e outras personalidades ou faz um trocadilho bobo mostrando ser um ignorante acerca dos assuntos. Esses bobos passivos nos deliciam porque não incomodam ninguém! Um cara que faz um gracejo com uma verdade inconveniente pro brasileiro é como o alho pro vampiro - merece ser execrado.

O brasileiro é uma gorda de 300 quilos que odeia ouvir que é gorda. Ela faz um regime pra parar de ouvir isso? Não! Regime e exercício dão muito trabalho É mais fácil ir ao shopping, comprar roupa de gente magra, vestir e depois acomodar a bunda na cadeira do McDonalds. O problema é que nem todo mundo é obrigado a engolir que aquela fábrica de manteiga é Barbie, só porque está com a roupa da Gisele Bundchen. Então é inevitável que mais hora, menos hora, alguém da multidão grite: "Volta pro circo!" ou "Minha nossa! É o StayPuff com o maiô da Dayane dos Santos?". Então a gorda chora. Revolta-se. Faz manha... Ameaça. Processa. Porque, embora ela tenha tentado se vestir como uma magra, no fundo, a piada a fez lembrar que ela é mais gorda que a conta bancária do Bill Gates. A autoestima dela tem a profundidade de um pires cheio de água.

Ao invés de dizer que "Robin Williams tem dor de corno", prefeito do Rio, vá cuidar primeiro da sua dor de mulher de malandro. Sabe? Mulher de malandro, sim, aquela que apanha, apanha, apanha mas engole os dentes e o choro porque acha que engana a vizinha dizendo: ?Eu tenho o melhor marido do mundo?.
Advogados. Vocês já são alvo de piadas por outros motivos. Já que se incomodam com piadas, evitem ser alvo de mais algumas delas, não processando Robin Williams. Em vez de processo, envie pra ele uma carta de gratidão. Pense que ele estava num dos melhores programas de TV do mundo e só falou de puta e cocaína. Ele poderia ter falado por exemplo, que o turista que vier pra Olimpíadas se não for roubado pelo taxista, o será no calçadão.

Poderia também ter dito que o governo e a polícia brasileira lucram com aquela cocaína do morro carioca que ele usou na piada. E se ele resolvesse falar algo como: ?As crianças do Brasil não assistirão às Olimpíadas porque estarão ocupadas demais se prostituindo??

Ah... E se ele resolvesse lançar mais uma piada do tipo: Brasileiro é tão estúpido, que se preocupa com o que um comediante diz, mas não se preocupa com o que o político em quem ele vota faz...?.

Enfim... são muitas piadas que poderiam ter sido feitas. Quem é imbecil e se incomoda com piada, não seja injusto e agradeça ao Robin Williams porque ele só fez aquela. E depois brasileiro insiste em fazer piada dizendo que o português é que é burro."

domingo, 10 de janeiro de 2010

O lulismo é o pai dos mais pobres


O texto de André Singer (ver nota mais abaixo) é mais relevante que as notícias veiculadas na grande imprensa dão a entender. A partir do cruzamento de várias pesquisas de intenção de voto (desde 89) percebe-se que Lula foi se deslocando da aceitação das classes médias e mais instruídas para as camadas mais pobres (até 2 salários mínimos mensais de renda). O ápice deste deslocamento ocorreu em 2006. Os dados apresentados são consistentes.
Este é o fundamento para Singer sugerir que o lulismo é bonapartista, justamente porque os muito pobres (lumpensinato, no jargão marxista) não se organizam enquanto classe ou grupo social, historicamente dependentes de um pai ou guia político.
A tese sobre o bonapartismo, confesso, parece-me algo forçado. Não que o lulismo não seja identificado como um pai protetor. A questão é que estes mais pobres estão em franca ascensão social. Neste caso, o conceito de bonapartismo ficaria incompleto já que a tendência seria da organização dos novos membros da classe média baixa.
De qualquer maneira, os dados analisados por Singer revelam a pujança do lulismo e, ainda mais, o forte impacto que estaria criando no mercado de consumo de massas e até mesmo na sobrevivência dos velhos formadores de opinião (lidos e ouvidos pela velha classe média).

Vanucchi X Lulismo


Pelo andar da carroagem, Paulo Vanucchi, ministro dos Direitos Humanos, está em rota de colisão com o lulismo (não necessariamente com Lula). Depois da trombada com Nelson Jobim a respeito da Comissão da Verdade, agora compra briga novamente com Jobim, que se soma ao ministro Reinhold Stephanes (Agricultura). Trata-se do Programa Nacional de Direitos Humanos que repete em muito o programa da área de FHC, em 2002. Mas esta coincidência não tem nenhuma importância, já que a questão central é a frigideira em fogo alto.
O problema de Vanucchi é que, desta vez, Franklin Martins (Comunicação Social do governo), companheiro de resistência à ditadura, pediu para seu nome não constar ao final do texto oficial deste programa. Alguns bispos católicos também criticaram o que interpretam como censura religiosa contida no Programa.
Aí, temos dois problemas. Um, para Vanucchi, que vai se desgastando politicamente no governo de coalizão, algo que o lulismo odeia. Outro, para Lula, que se demitir o ministro fará dele um mártir à esquerda.
Minha aposta: se as críticas não assumirem proporção de tsunami, Lula deixará o tema esfriar e tomará sua decisão mais adiante. Se demitir Vanucchi, contudo, não ficará nem chateado. Na leitura das pesquisas de opinião, o lulismo não vive de apoios à esquerda. Mergulhou de cabeça na cultura mais que popular do Brasil. E, segundo o texto de André Singer aponta a partir de muitas pesquisas, este brasileiro é conservador e desconfia da esquerda (quer, segundo o texto mais que citado neste blog, um protetor que não rompa com a ordem).

Eduardo Guimarães: onde e como organizar a mídia alternativa?


Notadamente nos últimos dois anos, vêm ocorrendo tentativas esparsas de se organizar minimamente a mídia “alternativa”, o que seja ela, a blogosfera , sites jornalísticos e algumas revistas, de menor tiragem e de poucos recursos, ditos "de esquerda", o que inclui a CartaCapital, a Caros Amigos, a Fórum e a Revista do Brasil, entre o que conta.

Por Eduardo Guimarães, no blog Cidadania.com
A dificuldade para se lograr tal feito explica o fato de o Brasil ter essa situação esdrúxula de só existirem grandes meios de comunicação de direita. Por que não podemos ter grandes jornais de esquerda como na França, na Itália ou nos Estados Unidos? Na França há o Libération ou L’Humanité, na Itália, L’Unità, ligado ao ex-Partido Comunista, e o independente Il Manifesto; nos Estados Unidos, há o socialista The Nation e, na Grã-Bretanha, The Independent.

Mas e no Brasil, o que temos? Folha, Globo, Estadão, Correio Braziliense, Jornal do Brasil, Zero Hora... E por aí vai. Televisões e rádios? Entre as que têm grande alcance, todas de direita. Sobram à esquerda as revistas supra-mencionadas e os sites e blogs, e essa é a mídia alternativa que se pretende organizar.

Aí vem a questão: organizar como? Já surgiu a ideia de um portal de internet, mas ninguém vai querer abrir mão de seu voo solo para escrever de graça, com obrigação a cumprir. É diferente de fazer um blog, onde você decide o que e quando vai publicar sem ter que respeitar prazos e quaisquer outras imposições que um veículo como um portal de internet exigiria.

Como se não bastasse essa dificuldade, não há dinheiro. Ninguém constrói hoje um portal de internet sem muito, muito dinheiro. Um jornalista da Record me disse que o recém-criado portal de internet R7, da Igreja Universal, conta com uma redação de uma centena e meia de jornalistas e recursos ilimitados para produzir conteúdo. Estamos falando, pois, de milhões de reais.

Outro dia li acho que foi o blogueiro Ricardo Kotscho dizendo que o Brasil tem mais “colunas” do que a Grécia antiga, pois estamos confinados a opinar e opinar, ou reproduzir conteúdo dos grandes veículos. Por falta de dinheiro.

Então onde e como organizar essa mídia “alternativa”?, perguntará o leitor.

Quando se fala em “organizar”, o sentido é ao pé da letra. Formar uma organização nacional dos veículos que, por conta de sua linha ideológica (e este é o fato crucial), sofrem boicote de um empresariado que acredita que comunistas comem criancinhas, e que é aquele que poderia investir em uma fatia do mercado para jornalismo totalmente desatendida no Brasil.

Diante disso tudo, nesta quinta-feira estive reunido com o “publisher” de um dos mais conhecidos e respeitados veículos da mídia “alternativa”, alguém que não recebe nome aqui porque não gosta de aparecer. Essa pessoa se propõe a encabeçar os esforços para se criar uma associação nacional desses veículos, entre os quais estaria este blog. Trata-se de uma tentativa de avançar até onde for possível.

Estamos vivendo um momento complicado, os que nadam contra a corrente da falta de recursos para fazer jornalismo cidadão, ou seja, sem lucrar nada. O ano eleitoral e a possibilidade de continuar fora do poder enlouqueceu a direita, que começa a adotar um nível de radicalização com ameaças de todo tipo aos que já começam a incomodar mesmo trabalhando de forma artesanal e sem recursos financeiros.

Fontes de financiamento, apoio jurídico, venda de espaços para publicidade, entre outros, seriam preocupação dessa associação. Ela teria força e representatividade, pois esses milhares de leitores deste, daquele e daquele outro blog, site ou pequena revista, juntos constituiriam um grande público.

Tenho dado minha contribuição para a integração da mídia “alternativa” na medida do possível. Em breve, colocarei outro anúncio gratuito neste blog para outra importante revista. Muitos dos sites e blogs “linkados” aqui dizem que o Cidadania lhes remeteu milhares de leitores. E há a militância política na ONG Movimento dos Sem-Mídia e o comprometimento com este espaço que já nem me pertence mais.

Se puder contribuir também para essa associação, contribuirei. Acho que o Brasil precisa ter pluralidade no espectro ideológico de sua imprensa. Essa situação de só a direita poder falar para muitos de uma só vez precisa mudar, e só mudará se cada blogueiro, se cada editor de site ou revista de esquerda se dispuser a colaborar.
Fonte: Vermelho

Lula, o Filho do Brasil - Bilheteria de filme segue o mapa eleitoral de Lula


É maior do que se esperava a relação entre a cena política atual e a bilheteria do filme Lula, o Filho do Brasil. Nas regiões do país que tradicionalmente apóiam mais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o público compareceu em massa às salas. As urnas acabaram pesando na hora de decidir o que assistir.
“O filme teve desempenho semelhante ao mapa eleitoral de Lula: excelente no Nordeste, bom no Rio de Janeiro, muito bom em determinados pontos de São Paulo, ruim na capital paulista e rejeição no Sul”, conta Pedro Butcher, editor do boletim Filme B, especializado em números do mercado cinematográfico. Em seu primeiro final de semana, o longa-metragem de Fabio Barreto levou 193 mil pessoas aos cinemas.

O filme estreou em 354 salas de todo o país no dia 1º de janeiro, quando muitas pessoas ainda estavam viajando. Além disso, a data coincidiu com o segundo final de semana de exibição de Avatar, do diretor americano James Cameron, cuja procura por ingressos esteve muito acima do esperado.

Lula, o Filho do Brasil conta a história real de como Lula saiu do sertão pernambucano e se tornou um influente líder sindical, temperada por dois casamentos e uma tocante relação com dona Lindu, sua mãe. Por mais que a publicidade tenha se esforçado para mostrar Lula como a trajetória de um brasileiro comum que teimou e triunfou, o filme sofreu preconceito por parecer essencialmente político.

“Janeiro favorece mais filmes infanto-juvenis, ‘para toda a família’, e por causa de toda a discussão em torno de Lula, este se enquadrou, infelizmente, como um filme adulto”, afirma Bruno Wainer, da Downtown Filmes, distribuidora da cinebiografia. Ainda assim, segundo Wainer, a projeção é de que Lula, o Filho do Brasil tenha acumulado 400 mil ingressos até quinta-feira — mais que o dobro da bilheteria do final de semana.

“Em relação à expectativa às vésperas do lançamento, já respirei aliviado. Depois de um mês e meio de gente acusando o filme de tudo que é jeito, isso é um milagre, uma prova de resistência. Não foi um número tão ruim para jogar a toalha, nem tão sólido para abrir champagne”, argumenta.

Agora em sua segunda semana, Lula, o Filho do Brasil segue em cartaz em 24 estados, com o mesmo número de salas da estreia, 354. Para a Downtown Filmes, é preciso ver como Lula vai continuar resistindo ao fenômeno Avatar, à entrada de Sherlock Holmes no circuito e se o boca-a-boca e as promoções vão ajudar. “A gente sabe que as centrais sindicais estão de férias coletivas, a partir do dia 11 uma boa parte do operariado volta”, comenta Wainer.

Promoção para o trabalhador

Sem envolver dinheiro público, a distribuidora articulou uma promoção junto ao circuito exibidor e às entidades sindicais. A partir desta sexta-feira (e do próximo dia 15 na rede UCI), os trabalhadores associados a qualquer sindicato vão poder pagar meia-entrada em toda sala onde Lula, o Filho do Brasil estiver sendo exibido. Basta chegar à bilheteria do cinema com a carteirinha de filiação do sindicato e mais um documento original com foto.

A iniciativa partiu da Downtown, da Europa Filmes — que lançará o filme em DVD, a preços populares — e da produtora LC Barreto. O compromisso assumido pelas entidades sindicais é divulgar a promoção. “É um procedimento comum criar promoções para determinados filmes, seguindo o perfil de cada um deles”, conta Bruno Wainer. “Imaginamos que um público-alvo claro é o trabalhador sindicalizado. Afinal, Lula é o maior líder sindical da história do Brasil e chegou à presidência através dessa militância.”

Para Quintino Severo, secretário geral da CUT, a ação é válida por facilitar o acesso à cultura a uma parcela da população que nem sempre tem condições de desembolsar o valor do ingresso. “A situação econômica de boa parte dos trabalhadores requer prioridades, e é a parte cultural que acaba relegada ao segundo plano. À medida que há um incentivo de participação, como a da entrada mais barata, as pessoas são motivadas a assistirem ao filme.”

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Nelson Jobim: Um Golpista


Afinal, quem é Nelson Jobim?

O leitor diria: Ex-Deputado Federal e Ministro do Supremo Tribunal Federal e atual Ministro da Defesa.

Evidente que a memória popular consegue assimilar apenas fatos recentes, quando muito ocorridos nos últimos 20 anos.

Porém, 20 anos em política é muito pouco principalmente quando está em jogo o “Poder”.

As origens de Nelson Jobim

Nascido em Santa Maria no Rio Grande do Sul, (cidade mais militarizada do país), em abril de 1946, Nelson Jobim é neto de Walter Só Jobim, ex-governador do Rio Grande do Sul entre 1947 e 1951.

Anteriormente seu avô fora indicado juiz em Santa Maria, onde depois foi promotor público. Participando da Revolução de 1923 ao lado da Aliança Libertadora e na Revolução de 1930, junto de Getúlio Vargas.

Contraditoriamente, na Revolução de 1932, lutou ao lado dos paulistas, contra Getúlio tendo que se exilar no Uruguai.

Mesmo tendo participado na revolução de 1932 do lado paulista, durante o Estado Novo, após sua volta do exílio foi nomeado secretário de Viação e Obras Públicas do Rio Grande do Sul, cargo que ocupou de 1937 a 1943.

Em 1946, durante o governo de transição de Pompílio Cylon Fernandes Rosa, foi nomeado para secretário do Interior e Justiça.

No ano seguinte, nas primeiras eleições para governador após a Ditadura Vargas, derrotou o favorito Alberto Pasqualini, do PTB, por cerca de 19 mil votos e elegeu-se no pleito de 19 de janeiro de 1947.

Neste cenário nasceu e criou-se Nelson Jobim.

O outro lado

Foi sucedido no Governo do Rio Grande do Sul por Ernesto Dornelles, filho do general Ernesto Francisco Dornelles. Por tradição familiar foi enviado ao Colégio Militar de Porto Alegre.

Ingressou no Exército em 1918, cursando a Escola Militar do Realengo. Foi depois integrado ao Regimento de Cavalaria Divisionária, sendo depois transferido ao Regimento de Cavalaria Independente em São Borja.

Ao estourar a Revolução Federalista, deu combate aos revolucionários. Fez parte das tropas legalistas durante a revolta de tenentes de 1924, no Rio Grande do Sul, combatendo o movimento que daria origem à Coluna Prestes.

Em 1925 retornou ao Rio de Janeiro, onde cursou a Escola de Cavalaria e depois Escola do Estado Maior do Exército.

Participou, posteriormente, da Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas, seu primo, à Presidência da República.

A chegada dos Dornelles a Minas Gerais

Ernesto Dornelles passou a servir em Minas Gerais, em 1933 no período intervencionista de Benedito Valadares, ligado ao gabinete do secretário de Interior, responsável pela relação do poder Executivo com o Judiciário. Dentre as atribuições estava a de indicação de promotores públicos e o provimento de tabeliões e escrivões, nos diversos cartórios do Estado, chegando a chefe de polícia, cargo que exerceu entre 1936 e 1942.

Em 1937 foi escolhido pelo então Governador de Minas Gerais, Benedito Valadares para o cargo de presidente do Minas Tênis Clube, cargo que exerceu até 1942.

Seria, então, transferido para o gabinete de Eurico Dutra, então ministro da Guerra.

Em 1943, durante o Estado Novo, major, foi indicado interventor no seu estado natal. Quando da queda de Getúlio, dois anos depois, foi substituído na interventoria em 1946, em um governo de transição de Pompílio Cylon Fernandes Rosa, que nomeou Walter Só Jobim, avô de Nelson Jobim para secretário do Interior e Justiça, como dito anteriormente. Após, Só Jobim elegeu-se governador.

Dorneles foi um dos responsáveis pela formação do Partido Social Democrático no Rio Grande do Sul, sendo eleito senador pelo estado para a Assembleia Nacional Constituinte, realizado ainda em 1945. Em 1946, foi promovido a coronel.

Em 1949, Dorneles passa para a reserva e, com a crescente oposição à Vargas no PSD gaúcho, ingressa numa cisão getulista do PSD, chamada PSD-A ("Autonomista").

Nas eleições majoritárias de 1950 aceitou o convite de seu primo para uma "dobradinha" Vargas presidente e Dorneles governador.

Ambos foram eleitos e Dorneles acabou por ingressar no Partido Trabalhista Brasileiro.

Um ano após o fim de seu mandato como governador, Dorneles foi convidado a fazer parte do governo Juscelino Kubitschek, como ministro da Agricultura, tomando posse em 31 de janeiro de 1956.

Alguns meses depois, seria substituído no cargo, sendo transferido para a recém-criada Companhia Urbanizadora da Nova Capital, encarregada da construção de Brasília, como membro do conselho administrativo.

Em agosto de 1962, Dornelles tornou-se conselheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, cargo que ocupou até a morte, dois anos depois.

Ernesto Dornelles tinha um irmão, Mozart Dornelles, casado com a irmã de Tancredo Neves, Mariana Neves. Mozart é pai de Francisco Dorneles, tio de Aécio Neves e sobrinho de Tancredo Neves.

Como narrado, Ernesto foi opositor do avô de Nelson Jobim a quem sucedeu no governo do Rio Grande do Sul em aliança com Getúlio Vargas.

Lindolfo Collor

No primeiro governo de Getúlio Vargas, o avô do ex-presidente e atual senador Fernando Collor, Lindolfo Collor nascido em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, em fevereiro de 1890 foi ministro do Trabalho e dirigira no Rio Grande do Sul o jornal “A Federação”, órgão oficial do Partido Republicano rio-grandense.

E atribuído ao mesmo a Legislação Trabalhista Brasileira. Demitiu-se do Ministério em 1932 ao discordar dos rumos tomados pelo governo de Getúlio.

É necessário dizer que o Partido Republicano Paulista e o Partido Democrático de São Paulo, juntamente com parte do Partido Republicano rio-grandense que tinha como Orgão Oficial o Jornal “A Federação” dirigido por Lindouro Collor juntamente com Walter Só Jobim avô de Nelson Jobim, que antes apoiara a Revolução de 1930, uniram-se, em fevereiro de 1932, na Frente Única para exigir o fim da ditadura do "Governo Provisório" e uma nova Constituição.

Como anteriormente descrito, os paulistas foram derrotados na revolução de 30 obrigando Lindolfo Collor a exilar-se na Argentina, voltando ao Brasil em 1934 e o avô de Nelson Jobim, Walter Só Jobim a exilar no Uruguai.

O jovem político Tancredo Neves

Durante a República Velha, segundo a Enciclopédia Wikipédia, Tancredo teria feito oposição a Artur Bernardes, sendo desta forma um antibernadista. Segundo a mesma fonte, São João Del Rei era uma das poucas cidades em que Bernardes não ganhava e que Tancredo iniciou na política através do apoio de Augusto Viegas, de São João Del Rei.

Porém, os acontecimentos políticos demonstram que o início de sua vida pública deu-se por ingerência de seu cunhado Mozart Dornelles, filho de Ernesto Francisco Dornelles e irmão de Ernesto Dornelles já anteriormente citado que fora indicado para vigiar os passos de Benedito Valadares, atuando na Secretaria de Interior.

Getúlio já estava no poder e o irmão de seu cunhado na secretaria de interior do Governo de Minas quando Tancredo formou-se em Direito, passando a exercer o cargo de promotor. Cargo na época de escolha da Secretaria de Interior e Justiça, desta forma subordinado ao poder executivo.

Tancredo ingressou na política pelo antigo PP (Partido Progressista), pelo qual foi eleito vereador em São João Del Rei em 1935, cargo que exerceu até 1937.

No mesmo ano do casamento de sua irmã com Mozart Dornelles (1935), dois anos após a vinda do irmão deste para Minas Gerais, Mozart estava no exército em São João Del Rei.

Já pelo PSD (Partido Social Democrático), elegeu-se deputado estadual (1947-1950) por ingerência direta de Benedito Valadares, sendo designado relator da constituição estadual mineira e, uma vez findos os trabalhos constituintes, assumiu a liderança de sua bancada e comandou a oposição ao governo de Milton Campos da União Democrática Nacional (UDN), que havia chegado ao Palácio da Liberdade após uma cisão no PSD mineiro e deputado federal (1951-1953).

A versão dada por políticos da época e que em 1953, havendo a vaga de ministro da Justiça que caberia a um deputado do PSD mineiro, JK e Getúlio acordaram na indicação do nome de Tancredo.

Tancredo licenciou-se do mandato e exerceu o cargo de ministro da Justiça a partir de 25 de junho de 1953.

Entregou o cargo de ministro quando do suicídio de Getúlio Vargas semanas após o início da crise política que culminou com um atentado contra o jornalista Carlos Lacerda e resultou na morte do major da Aeronáutica, Rubem Florentino Vaz.

Origem política de Tancredo Neves

Jamais Tancredo admitiu em público o apadrinhamento político por Ernesto Dornelles. Pois, como dito anteriormente, ele fora chefe de polícia no período de Benedito Valadares impondo ferrenha perseguição aos opositores políticos do regime.

Principalmente a Arthur Bernardes, que voltara do exílio em Portugal, junto com seu companheiro de PR, Jorge Carone, pai de Jorge Carone Filho, ex-prefeito de Belo Horizonte casado na Revolução de 1964.

Meses depois da volta de Bernardes por iniciativa de Ernesto Dornelles, o chefe político de Viçosa foi obrigado a manter-se prisioneiro por mais de um ano em sua própria fazenda.

Arthur Bernardes havia participado do movimento de 32 e da tentativa de levante da então força pública mineira contra Getúlio Vargas.

Ernesto Dornelles foi sem dúvida alguma o principal algoz da classe política mineira.

Poucas pessoas têm conhecimento deste fato.

O sobrenome “Dornelles” de seu sobrinho Francisco era apenas uma coincidência. Não tinha nada a ver com Getúlio Vargas, como costumava dizer Tancredo. Nenhum órgão da imprensa deu grande importância a este fato.

Foi neste período que começaram a se formar as "Legiões Revolucionárias", em alguns pontos do país. Para aglutinar as lideranças que participaram do movimento de 32, fundou-se o "Clube 3 de Outubro", reunindo a fina-flor do "tenentismo", com participação do próprio coronel Góis Monteiro, e com um apoio ostensivo de Getúlio Vargas, que lhe fez várias visitas e pronunciou discursos de preocupante teor totalitário.

A corrente civil logo passou à organização de milícias, usando uniformes especiais, à semelhança dos "camisas-negras" de Mussolini e os "camisas-pardas" de Hitler. Uma dessas milícias era a dos "camisas-cáqui", fundada em Minas Gerais pelo ministro da Educação e Saúde, Francisco Campos, conhecida como "Legião Mineira".

Tancredo evitava dar destaque a sua aproximação com Ernesto, principalmente após 1937, quando Getúlio Vargas apoiou Pedro Aleixo, fundador do Jornal Estado de Minas, para derrotar o líder mineiro Antônio Carlos na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, sendo, portanto, o primeiro substituto de Getúlio, pois não havia a figura do vice-presidente na Constituição de 1934.

A partir daí, Antonio Carlos desgostoso abandonou a vida pública, caindo no ostracismo junto com os políticos que o acompanhavam.

Foi em sua gestão que o presidente Getúlio Vargas instaurou o Estado Novo no Brasil através do golpe de 10 de novembro de 1937.

Novojornal pesquisou durante mais de uma semana na internet, no Arquivo Público Mineiro e Nacional e nada encontrou a respeito.

A própria Fundação Getúlio Vargas, encarregada de manter a memória de Getúlio, nada sabia. Nelson Jobim sabia.

Apenas livros abaixo citados como “fontes”, narram a época informando estes fatos.

Em 2004, o major são-joanense Mozart Dornelles, primo em segundo grau de Getúlio Vargas, e cunhado de Tancredo lançaria, pela gráfica da UFSJ, seu livro "Política, políticos e militares" sobre o período de 1930 a 1966 – livro de memórias sobre o envolvimento de militares com o poder. Segundo ele: “A pressão foi grande”.

Tempos depois informava: "Devido à mudança na reitoria, não sabemos quando será lançado", diz Dornelles.

A queda de Fernando Collor

Oitenta anos depois da Revolução de 1922 de 1930 de 1932, da deposição de Getúlio em 1945, seu retorno em 1950 e posterior suicídio, após a Revolução de 1964 e seu término em 1985, em setembro de 1991, os presidentes da Associação Brasileira de Imprensa, Barbosa Lima Sobrinho, e da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcelo Lavenère, vão à Câmara dos Deputados e entregam ao seu presidente, Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), o pedido de impeachment do presidente Collor.

Instala-se uma comissão, cujo relator, Nelson Jobim (PMDB-RS), apresenta parecer favorável ao processo de impeachment. O parecer é aprovado na comissão. No dia 29, a Câmara autoriza o Senado a abrir processo de impeachment contra o presidente. São 441 votos a favor e 38 contra, com 23 ausências e 1 abstenção.

No dia 2 de outubro, Collor recebe o comunicado oficial do Senado afastando-o temporariamente da presidência pelo tempo em que durar o processo de impeachment.

No mesmo dia, Itamar Franco, vice-presidente que rompera meses antes com Collor, assume o cargo.

O processo, com recursos, defesas, batalhas jurídicas e novas provas se estende até o dia 29 de dezembro, quando se instala a sessão do Senado que julgaria o presidente afastado Fernando Collor de Mello.

No início da sessão, o advogado de defesa lê carta de renúncia de Collor. Itamar Franco toma posse em definitivo. Porém, o Senado prossegue com o julgamento e condena o ex-presidente por 76 votos a três. Collor perde seus direitos de concorrer a cargos eletivos e de ocupar cargos públicos por oito anos, além de ver instaurados os processos contra ele levantados pela CPI.

As irregularidades eram gritantes e evidentes, porém Nelson Jobim deveria, no mínimo, ter-se dado por impedido em relatar a matéria.

Naquele instante, os fatos interrompidos em 1950 com a aproximação de Nelson Jobim de José Serra, emendava-se à historia.

Segundo sua escola política: Estar no poder significa exercer o poder, não interessa as questões éticas.

Prova disso foi sua confissão de ter falsificado a Constituição da República. O que afinal aconteceu com ele? Foi indicado ministro da mais alta Corte de Justiça do país.

Seu comportamento no Supremo Tribunal Federal e posteriormente na articulação contra o voto impresso, aqui não cabe narrar para não alongar ainda mais.

Mas apenas uma evidência. O conflito entre ABIN e Policia Federal aumentou.

Dilma chegou a sua vez

Fontes ligadas às Forças Armadas desde o final de novembro de 2009 informavam que o ministro Nelson Jobim estava apenas esperando a apresentação do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos para lançar a “suspeita”, contra a ministra Dilma, de que sua candidatura e possível eleição seria o instrumento para o revanchismo contra os militares.

A imprensa paulista, principal interessada em evitar a instalação de uma Comissão que iria investigar sua participação e colaboração com o Golpe de 1964, já estava municiada de informações a respeito.

O informado confirmou-se, bastou o governo lançar o 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, dando início a um processo que poderá ou não levar à criação de uma Comissão Nacional da Verdade no país, com o objetivo de apurar casos de violação de direitos humanos durante o regime militar, incluindo o levantamento de possíveis responsáveis, para que Jobim acendesse o estopim da crise.

Existe apenas a previsão de um grupo de trabalho que vai redigir um projeto de lei sobre a comissão, faz parte do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos.

Se aprovada pelo Congresso Nacional, Câmara Federal e Senado, a Comissão da Verdade deverá divulgar relatórios anuais com a "apuração e o esclarecimento público das violações de direitos humanos" praticadas durante o regime militar (1964-1985).

O secretário nacional de Direitos Humanos, ministro Paulo de Tarso Vannuchi, disse em entrevista à BBC Brasil que "centenas de pessoas" deverão ser ouvidas, incluindo vítimas e possíveis agressores.

"O trabalho da Comissão é ouvir vítimas e sintetizar seus depoimentos, vinculando datas, locais, tipos de violência e responsáveis", disse o ministro. Segundo ele, os relatórios vão ainda propor políticas públicas que "impeçam a repetição desses fatos".

O ministro disse ainda que "pessoalmente" não considera "ideal" a proposta do governo, mas que ela é o resultado natural de um "processo democrático" de discussões com outros ministérios.

Posição de um Civil falsamente fardado

Durante as discussões sobre a criação da Comissão, o governo enfrentou a oposição principalmente do Ministério da Defesa, dizendo-se contrário à punição dos torturadores.

"Não é a proposta que eu proporia, assim como também não é a proposta que o ministro Nelson Jobim (Defesa) proporia. Mas temos de acreditar nisso, na capacidade de cada um ceder um pouco", disse Vannuchi.

Os defensores da criação da Comissão da Verdade afirmam que é um direito das famílias de pessoas torturadas e mortas durante o regime militar, muitas das quais nunca conseguiram localizar os corpos dos parentes desaparecidos.

Plantando o que pretendia colher, depois o ministro Jobim falou em entrevistas sobre o “risco de revanchismo” e a criação de atritos desnecessários com as Forças Armadas.

"Uma coisa é o direito à memória, outra é revanchismo e, para o revanchismo, não contem comigo", disse Jobim em uma entrevista à Agência Brasil em junho.

Lei da Anistia

Apesar de ter como objetivo uma investigação "rigorosa" dos fatos, de acordo com Vannuchi a Comissão da Verdade não terá poderes para punir responsáveis, mas poderá "subsidiar" a Justiça no futuro.

Ele lembra que é preciso aguardar a revisão da Lei da Anistia (1979) pelo Supremo Tribunal Federal. "Caso o STF entenda que os torturadores não podem ser anistiados, aí sim teremos um ordenamento jurídico no país para a punição dessas pessoas", diz.

Segundo ele, mesmo que o STF decida o contrário - ou seja, que a anistia deve ser estendida aos responsáveis pelos crimes -, "ainda assim a existência da Comissão faz todo o sentido".

"A idéia é que a sociedade saiba exatamente o que aconteceu no nosso passado. A Alemanha viveu, no nazismo, um sentimento infinitamente mais doloroso e as pessoas não deixam de discutir o assunto, inclusive nas escolas", diz Vannuchi.

Muitos dos defensores da criação da Comissão da Verdade alegam que os responsáveis por mortes e atos de tortura durante o regime militar ainda podem ser punidos e afirmam que, conforme acordos internacionais assinados pelo Brasil, crimes e violação dos direitos humanos não prescrevem.

No entanto, setores contrários à instalação da comissão argumentam que a Lei da Anistia teve o objetivo de reconciliar o país, abrangendo tanto perseguidos políticos quanto acusados de atos de tortura.

Em entrevistas anteriores, o ministro da Defesa afirmara que considera essa interpretação sobre a prescrição dos crimes um equívoco.

"Dizem que os tratados internacionais consideram alguns crimes imprescritíveis. Mas no Brasil não é assim. Os tratados internacionais aqui não valem mais que a Constituição. Eles estão sujeitos à Constituição brasileira, que dá imprescritibilidade para um crime só: o de racismo. Trata-se de uma questão legal", disse Jobim em entrevista à Agência Brasil.

Suas palavras são contraditas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, que fundamentou sua decisão pela entrega do menino Sean a seu pai Americano em função de Tratados Internacionais que Jobim tenta desacreditar.

Desconfiança

Apesar de ser uma antiga demanda das famílias das vítimas do regime militar, a Comissão da Verdade nos moldes propostos pelo governo Lula é vista com desconfiança por algumas entidades de defesa dos direitos humanos, como o Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil) e o grupo Tortura Nunca Mais.

A representante no Brasil do Cejil, Beatriz Affonso, diz que uma Comissão da Verdade, em qualquer país, só tem um papel efetivo quando atende a determinados princípios.

"É preciso haver garantias, por exemplo, de que as audiências da Comissão serão públicas e de que a Comissão terá poderes para fazer buscas em arquivos", diz.

Ela lembra que os principais trabalhos de investigação sobre crimes cometidos durante o regime militar no país foram feitos com base em relatos e documentos levantados pelas próprias famílias.

"Só daremos um passo definitivo nesse processo quando o governo colocar seus próprios documentos à disposição. E isso deve ser feito pela Comissão da Verdade", diz Beatriz.

Segundo ela, o governo tem tido uma postura "contraditória" ao lidar com o tema de direitos humanos, principalmente no que diz respeito ao regime militar.

"O mesmo governo que propõe a Comissão da Verdade também pede à Corte da OEA o arquivamento da ação sobre a Guerrilha do Araguaia", diz Beatriz.

"O Brasil reconhece a responsabilidade internamente, mas não o faz na arena internacional", acrescenta.

A hora do Golpe

Após a cerimônia, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, coloca o cargo à disposição de Lula informando que os comandantes das três Forças também colocaram os cargos à disposição.

Lula teria pedido a Jobim que tranqüilizasse os ministros militares prometendo que colocaria a base do governo no congresso contra a proposta de revisão da Lei de Anistia.

Segundo Jobim, os militares acataram a decisão, mas reclamaram da posição "vacilante" do Planalto e do "ambiente de constantes provocações" criado pela secretaria de Vannuchi e o ministro Tarso Genro (Justiça).

Incomodaram-se também com o que avaliaram como "empenho eleitoral excessivo" da ministra Dilma no apoio a Vannuchi.

Jobim tentou passar a imagem de que para as Forças Armadas, a cerimônia de premiação de vítimas da ditadura, no dia 21, foi "uma armação" para constranger os militares, tendo Dilma como figura central, não só por ter sido torturada, mas por ter chorado e escolhido a ocasião para exibir o novo visual de cabelos curtíssimos, depois da quimioterapia para tratamento de um câncer linfático.

Presidente da OAB critica Nelson Jobim

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, criticou no dia 30/12/2009, o ministro da Defesa, Nelson Jobim e os comandantes militares por serem contra a criação da Comissão da Verdade dentro do Plano Nacional de Direitos Humanos, que deve investigar a tortura e os arquivos do período da ditadura militar (1964-1985).

"Um País que se acovarda diante de sua própria história não pode ser levado a sério: o direito à verdade e à memória garantido pela Constituição não pode ser revogado por pressões ocultas ou daqueles que estão comprometidos com o passado que não se quer ver revelado", afirmou Britto, em nota divulgada pela assessoria da OAB.

A OAB defende no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal Militar (STM) ações reivindicando a abertura dos arquivos da ditadura e a punição aos torturadores. "O Brasil não pode se acovardar e querer esconder a verdade; anistia não é amnésia. É preciso conhecer a história para corrigir erros e ressaltar acertos: o povo que não conhece seu passado, a sua história, certamente pode voltar a viver tempos tenebrosos e de triste memória como tempos idos e não muito distantes.

O silêncio da Imprensa em relação ao Golpe

No mínimo é estranho que a imprensa não divulgue que nem todos os setores das Forças Armadas acreditam em Nelson Jobim, ao contrário já previam este comportamento e o tinha denunciado.

Estes setores preocupados com o comportamento de Nelson Jobim já teriam, através de interlocutor, tentado aproximar o governador de Minas, Aécio Neves, de Nelson Jobim para neutralizá-lo.

Entretanto, para estes interlocutores a dificuldade em convencer assessores de Aécio é grande. Segundo estes: “Tancredo morreu cedo demais”.

Pelo visto esqueceu de contar a Aécio no mínimo o que Novojornal aqui descreve. Porque ele, sem dúvida, será o próximo na linha de tiro.

Eduardo Azeredo já esta nas suas costas.

Quem conhece Nelson Jobim sabe que está aproveitando a “simulada crise”, para fortalecer José Serra, em um setor da sociedade que tradicionalmente o rejeita.

É importante que seja dito que Nelson Jobim é abertamente favorável à candidatura de José Serra. Na verdade são amigos, moraram durante quase uma década em Brasília no mesmo apartamento.

Embora no campo ético seja questionável, não existe qualquer problema no fato de um ministro do governo do PT, entender que o melhor candidato à Presidência seja o do PSDB.

Em Minas, o PT e PSDB são praticamente irmãos.

Ou até mesmo Jobim, insatisfeito com o atual quadro de candidatos resolva se lançar candidato a presidente pelo PMDB. Ou a vice de Serra.

Não existe novidade, o PMDB paulista já apóia Serra.

Porém, o que não pode fazer é praticar impunemente vícios da Velha República colocando em risco a estabilidade política do país.

Novojornal sabe do risco que corre ao divulgar esta matéria.

Mais do que nunca o Brasil precisa aferir se realmente alcançamos o patamar de país democrático, ou ainda somos uma republiqueta.

É necessário reconhecer e dizer que nossos militares mudaram muito.

Não são ingênuos como os de 1964 que reconhecidamente tinham ideais revolucionários, mas deixaram-se levar por políticos inescrupulosos.

Sobre seus ideais caberá apenas à história julgar.

As perseguições políticas que houveram foram promovidas por políticos como Magalhães Pinto e outros.

As listas de cassações e prisões ocorridas neste período eram apresentadas por políticos civis como documentalmente comprovado.

Quanto à tortura, isto jamais esteve no campo político. Em todo mundo está no campo criminal.

É necessário que esta elite golpista que, desde a implantação da República há 100 anos vem utilizando-se das Forças Armadas para chegarem ao poder, seja desmascarada.

Como no resto do mundo democrático a eleição presidencial de 2010 deverá estar acessível a todos que estejam dispostos a concorrer.

Dizer que todos os candidatos terão a mesma oportunidade é pura hipocrisia. Todos sabem da disparidade de recursos e estrutura partidária entre os diversos candidatos.

Qual será o melhor candidato?

Apenas a história dirá.

Os erros e defeitos dos candidatos serão debatidos no período eleitoral.

A liberdade de imprensa não deve servir apenas para noticiar fatos praticados por um vereador, prefeito, deputado, juiz ou promotor. Ela, se realmente existe, é para levar ao conhecimento da sociedade o comportamento e atitudes seja de quem for.

Esclarecemos ao leitor que o conteúdo histórico desta matéria tem como objetivo informar e situar o leitor em um período que antecedeu os fatos que estão ocorrendo.

Para que ele possa, com independência, julgar o que está sendo noticiado.

Porém, acima de tudo é necessário que seja dito sem medo: Nelson Jobim sempre foi um Golpista. Está impregnado em sua genética.

Marco Aurélio Carone
Diretor responsável do Novojornal


Fontes:

JORGE, Fernando, Getúlio Vargas e seu Tempo, 2 vol., T. A. Queirós, 1986.
VARGAS, Getúlio, A campanha presidencial, Editora José Olímpio(1951).
MELO FRANCO, Afonso Arinos de, A Câmara dos Deputados - Síntese Histórica, Coordenação de publicações - Câmara dos Deputados, 1978, 2º edição.
BONAVIDES, Paulo e AMARAL, Roberto, Textos Políticos da História do Brasil, 9 volumes, Senado Federal, DF, 2002.
AMARAL, Lêonidas do, Os Pródromos da Campanha Presidencial, Edição do Autor, São Paulo, 1929.
PEREIRA, Maria L, FARIA, Maria A., Presidente Antônio Carlos - Um Andrada na República, o Arquiteto da Revolução de 1930, Nova Fronteira, 1999.
CORDEIRO DE FARIAS, Osvaldo, Meio século de combate, Editora Nova Fronteira, 1981.
CARMO CHAGAS, Política Arte de Minas, Editora Carthago & Forte, São Paulo, (1994).
AMAURÍLIO JÚNIOR, Artur Bernardes e a Revolução, Typ. São Benedito, Rio de Janeiro, 1931.
ABREU, Luciano Aronne de. O Rio Grande Estadonovista: Interventores e Interventorias. Unisinos, São Leopoldo, 2005.
BELCHIOR PEDRO, O dia em que a classe operaria foi a rua em del-Rei, Ponte da Cadeia, São João Del Rei, 2004.


Fonte: Novo Jornal